quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Porcentagens Mentem

O dia frio e chuvoso era semelhante ao primeiro dia em que saíram. O ônibus estava gélido e desconfortável, e a ansiedade era mínima em relação a ultima vez.Ela havia se iludido, e estava ciente de que a em questão de porcentagens, as chances de algo eram mínimas.

Era seu ponto. Desceu, olhou o relógio, estava cinco minutos atrasada para com o compromisso, mas não tinha pressa, gostava de aproveitar a caminhada. Inalava aquele ar calmante, como que sem ter nenhum compromisso. Olhou novamente o relógio, já eram dez minutos somados ao horário marcado, e por fim ela apressou-se diminutamente.

Chegou, olhou ao redor, e lá estava ele de costas, parecia mais alto que a cinco meses atrás...É, fazia tempo que não se viam. Sorriu e o cumprimentou. Ele parecia mais animado, centrado...

Algumas horas se passaram, e o primeiro roçar de mãos foi singelo. Ele procurou seu toque, e ela deu passagem. Caminharam assim por muito tempo. Mais uma vez o horário chamou mais alto, iriam perder a sessão se ficassem desse jeito.

Era um filme de terror, tudo aquilo que ela não gostava. As luzes se apagaram, o coração acelerou, e o primeiro susto deu inicio ao momento. Um grito abafado a deu passagem aos braços dele. Tentando afagá-la encostou sua cabeça em seu peito e acariciou seus cabelos. O coração batiam descompassados, respirações superficiais mas ao mesmo tempo compassadas, e o filme decorreu rapidamente.

Fizeram piadas, cantaram, e de mãos dadas ele a levou até sua casa. Era um momento crucial, é geralmente na despedida que se inicia ou finaliza tudo.

Os olhos se encontraram, o silêncio foi eloqüente...Ele roçou os lábios no dela, que atordoada se afastou. Puxou seu braço e a laçou pela cintura. Encararam-se por um segundo, o suficiente para um pedido no olhar com a resposta no sorriso nos lábios dela.

Sutilmente tomou-a pelos lábior, receoso que se afastasse, abraçou-a, e calmamente aprofundou o beijo, que foi tomando proporções maiores, e então se beijavam apaixonadamente.

Minutos se passaram, e então se despediram. Atônita ela volta para casa; Incrédula pelo fervor e sutileza com que a beijou. E uma pergunta pairava sobre sua cabeça: E agora?

 

 

 

 

 

 

_______

Estreando uma nova categoria aqui no blog ( Vida narrada ), esse texto é antigo,mas senti que devia ser compartilhado com vocês, hihi.

Nenhum comentário:

Postar um comentário